A THEODORA DE RITA WAINER
Sabe o sonho do gato, ilustração de Nadja de André Breton, aquele escritor francês? Um gato com uma sereia tão longe tão perto, tudo certo, mais ou menos assim, e além do mais com um pássaro na cabeça? Assim é o que lhe parece, desde 2001, Rita Wainer, e a sua Theodora, grife e felina nascida do batismo da gata que bebe o leite da sua casa. O resto é moda.
“Madame, surréalisme c´est moi.” Assim dizia, baseado no surrealismo acima citado, uma camiseta clássica auto-explicativa dessa autora, um dos seus primeiros emblemas que circularam pela cidade de SP. O surrealismo hoje é Rita e Theodora, um surrealismo para driblar o realismo-fantástico, pois tudo tem ficado muito louco por aqui, é ou não é?
Enquanto o realismo-fantástico é aquela coisa da loucura mágica dos Tristes Trópicos, já pra lá do cliclê, R.W. propõe a recuperação do sonho de fato. O delírio como fetiche & luxo desses tempos efêmeros. Ou seja: consuma seu próprio sonho antes que o outro dele se aproprie ou que o danado vire realidade. Se fosse um novo mandamento assim estaria escrito: não é proibido sonhar o sonho do próximo
O sonho do próximo, aliás, sempre pode ser encontrado, democraticamente, na arara do magazine ou no tabuleiro baiano do camelô. Tempos que se avexam e repetem, num piscar de cílios postiços, o que acabou de passar na vista e nas passarelas do mundo inteiro, como se tudo não passasse de um jet lag de um sonho démodé.
R.W.,na idéia mais modesta e simplista possível, seria, antes de ser uma estilista, uma artista ,que usa a moda para explicar seu universo.
Então voltemos ao velho Breton: “O fim da minha inspiração, que é o começo da tua.” Isto é Rita Wainer. Sonho embalado para o seu enredo próprio.
Xico Sá, escritor e jornalista
2 comentários:
isso ta muito lindo. uma sa mais bonitas que vi aqui.
rita, os desenhos novos estão beeem foda.
eu nem te contei menina, aprendi de vez mexer no photoshopping?
hehehehehe
love,
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