O mundo anda mesmo loucão .
O meu pelo menos, talvez o nosso.
Não ando muito inspirada num momento que eu deveria estar.
Milhares de coisas para fazer ao mesmo tempo e a cabeça está longe do trabalho.
bem longe.
Mas o trabalho precisa da cabeça, e só serve a minha, e eu preciso de dinheiro, e só serve do meu trabalho.

Finalmente começa inverno, e em São Paulo faz sol do tipo quente.
Nem tudo vem certo na hora certa, nunca foi assim, mas isso me confunde até hoje.
A cidade vazia nos faz lembrar como a vida é boa e sobra um tempinho pra ajeitar o cotidiano e colocar as pendências em ordem, ver o filme e os amigos.
Planejo com Deus (o gato) as nossas madrugadas do feriado
Vai chegando a noite
Eu ando em circulos, procuro tecidos, aponto os lapis , visito todos os cômodos da casa,
Apago e acendo a luz, abro mais uma coca cola, fumo meus malboros e ele observa como se já entendesse a ordem das coisas.
Sento na cadeira e ele no colo então começamos a desenhar

Os tecidos brilham, as cores, os bordados. Me sinto psicografando Debret (melhor desenhista de croqui que já existiu no mundo )
Então abrimos todas as caixas de lápis de cor e a coisa toma uma proporção sem tamanho.
Como se ele fosse gente , como se eu fosse gata.
Como se fosse o nosso aniversário, como se o fim do mundo viesse no melhor dos cenários ou se a madrugada, generosa , desse um segundo de felicidade aos que ainda estão acordados.
Ele dorme e acorda sobre na mesa.me olha. A gente ouve musica baixinho.
Depois ele desiste, dorme de vez e ronca mais alto que a música.
Eu venci de novo, são anos de prática.
não, não amanhece por favor...
a vida ideal seria feita de milhões de madrugadas para que eu possa trabahar em paz, mas o dia chega e é hora de ir para cama.
Amanhã é domingo ,domingo eu durmo cedo , segunda feira eu volto para minha vidinha que atualmente mais parece uma planilha de excel.

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G.A