Tem dia que mundo parece estranho e eu me perco pela cidade como se não a conhecesse ou eu já não tivesse corrido aquele caminho tantas vezes.
E tudo se enrola de uma forma tal que eu não consigo pensar em mais nada, não acho caminho, não acho o isqueiro, não acho a razão, mas passa.
Tem hora que toda minha literatura de auto ajuda idiota , a qual eu insisto em gastar meu suado dinheirinho não funciona, e a letra pequena do livro de amor que eu comprei embaralha e eu durmo.
Tem noite que não durmo.
E ainda teve aquele descontrole tipico da crise de ansiedade que me levou a assistir o mesmo filme quatro vezes.
Não seguidas.
Entre uma e outra sessão eu encarava o brigadeiro na tigela que a Ana deixou na sexta feira, quando ela foi embora e disse :
- precisa de mais alguma coisa? Deixei um presente para vc na geladeira.
Não, aparentemente eu não preciso de mais nada de alguem que deixa um brigadeiro na geladeira como última tarefa da sexta feira. Puro carinho.
E eu me encontro no direito de dissecar por 4 vezes inteiras a vida e obra de yve klein.
E Foi ali que eu descobri aquilo que virou meu fim de semana,
Na cena mais simples e menos importante, aonde ele começa e me explica
Que o silencio é verde, o dia é azul e a vida é amarela.
Parece simples mas as coisas começaram a fazer sentido e o mundo ficou pequeno.
Pequeno no modo de podermos aproveita lo, nem que seja para passear de mãos dadas, ou dormir junto com quem vc gosta e acordar bem tarde como naquelas noites mais quentes do verão ,esquecendo a hora mesmo fervendo com o sol que não encontra lugar de fato e não combina com São Paulo.
Aquela cidade em que eu nasci , amo e aonde eu me perco como acontece com qualquer amor de verdade
Foi então que eu entendi o verde. Não o verde óbvio da natureza, mas o verde das entrelinhas, e andar pelo amarelo ficou mais leve.
E eu lembrei quando não era preciso correr atras do improvável pois tudo o que eu queria estava bem ali,aonde já não esta.

Um comentário:

Daniela Hinerasky disse...

simplesmente inspiradora!

G.A